"Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo, Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja esta mão vil que te afaga,
Escarra nesta boca que te beija!
Augusto dos Anjos (Poeta Brasileiro)
terça-feira, 31 de julho de 2007
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Thom Yorke - Harrowdown Hill
O frio não se tem sentido na escada, mas esta música dá "aquele" arrepio, ontem adormeci assim:
sexta-feira, 27 de julho de 2007
Meditar
"Cada um que passa em nossa vida, passa só, pois cada pessoa é única, e nenhuma substitui a outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa só.
Leva um pouco de nós, deixa um pouco de si. Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada.
Esta é a maior responsabilidade da nossa vida e a prova de que duas almas não se encontram por acaso..."
Antoine de Saint-Exupéry
Leva um pouco de nós, deixa um pouco de si. Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada.
Esta é a maior responsabilidade da nossa vida e a prova de que duas almas não se encontram por acaso..."
Antoine de Saint-Exupéry
quarta-feira, 25 de julho de 2007
OK GO
Os OK GO fizeram da sua música "Here It Goes Again" um dos video clips mais interessantes dos últimos tempos.
Simples, sem ser necessário grandes produções e meios o que torna o video quase genial.
Melhor que palavras, são as imagens...
Simples, sem ser necessário grandes produções e meios o que torna o video quase genial.
Melhor que palavras, são as imagens...
terça-feira, 24 de julho de 2007
Poema do Homem Só
Sós,
irremediavelmente sós,
como um astro perdido que arrefece.
Todos passam por nós
e ninguém nos conhece.
Os que passam e os que ficam.
Todos se desconhecem.
Os astros nada explicam:
Arrefecem
Nesta envolvente solidão compacta,
quer se grite ou não se grite,
nenhum dar-se de outro se refracta,
nenhum ser nós se transmite.
Quem sente o meu sentimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem sofre o meu sofrimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem estremece este meu estremecimento
sou eu só, e mais ninguém.
Dão-se os lábios, dão-se os braços
dão-se os olhos, dão-se os dedos,
bocetas de mil segredos
dão-se em pasmados compassos;
dão-se as noites, e dão-se os dias,
dão-se aflitivas esmolas,
abrem-se e dão-se as corolas
breves das carnes macias;
dão-se os nervos, dá-se a vida,
dá-se o sangue gota a gota,
como uma braçada rota
dá-se tudo e nada fica.
Mas este íntimo secreto
que no silêncio concreto,
este oferecer-se de dentro
num esgotamento completo,
este ser-se sem disfarce,
virgem de mal e de bem,
este dar-se, este entregar-se,
descobrir-se, e desflorar-se,
é nosso de mais ninguém.
António Gedeão
irremediavelmente sós,
como um astro perdido que arrefece.
Todos passam por nós
e ninguém nos conhece.
Os que passam e os que ficam.
Todos se desconhecem.
Os astros nada explicam:
Arrefecem
Nesta envolvente solidão compacta,
quer se grite ou não se grite,
nenhum dar-se de outro se refracta,
nenhum ser nós se transmite.
Quem sente o meu sentimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem sofre o meu sofrimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem estremece este meu estremecimento
sou eu só, e mais ninguém.
Dão-se os lábios, dão-se os braços
dão-se os olhos, dão-se os dedos,
bocetas de mil segredos
dão-se em pasmados compassos;
dão-se as noites, e dão-se os dias,
dão-se aflitivas esmolas,
abrem-se e dão-se as corolas
breves das carnes macias;
dão-se os nervos, dá-se a vida,
dá-se o sangue gota a gota,
como uma braçada rota
dá-se tudo e nada fica.
Mas este íntimo secreto
que no silêncio concreto,
este oferecer-se de dentro
num esgotamento completo,
este ser-se sem disfarce,
virgem de mal e de bem,
este dar-se, este entregar-se,
descobrir-se, e desflorar-se,
é nosso de mais ninguém.
António Gedeão
segunda-feira, 23 de julho de 2007
Nostalgia
Se há algo que me marcou na infância e hoje em dia ainda me faz comover é as Aventuras de Tom Sawyer, este domingo mais uma vez recordei, em DVD.
No frio da escada recordo o que fui e o que quis ser e canto como se tivesse 6/7 anos e o brilho nos olhos é como se estivesse a ver este genérico pela primeira vez...
No frio da escada recordo o que fui e o que quis ser e canto como se tivesse 6/7 anos e o brilho nos olhos é como se estivesse a ver este genérico pela primeira vez...
sexta-feira, 20 de julho de 2007
quinta-feira, 19 de julho de 2007
Atraso
quarta-feira, 18 de julho de 2007
terça-feira, 17 de julho de 2007
Canção Breve
Tudo me prende à terra onde me dei:
o rio subitamente adolescente,
a luz tropeçando nas esquinas,
as areias onde ardi impaciente.
Tudo me prende do mesmo triste amor
que há em saber que a vida pouco dura,
e nela ponho a esperança e o calor
de uns dedos com resto de ternura.
Dizem que há outros céus e outras luas
e outros olhos densos de alegria,
mas eu sou destas casas, destas ruas
deste amor a escorrer melancolia.
Eugénio de Andrade
o rio subitamente adolescente,
a luz tropeçando nas esquinas,
as areias onde ardi impaciente.
Tudo me prende do mesmo triste amor
que há em saber que a vida pouco dura,
e nela ponho a esperança e o calor
de uns dedos com resto de ternura.
Dizem que há outros céus e outras luas
e outros olhos densos de alegria,
mas eu sou destas casas, destas ruas
deste amor a escorrer melancolia.
Eugénio de Andrade
segunda-feira, 16 de julho de 2007
Fim
sexta-feira, 13 de julho de 2007
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Bem Vindo ao Passado
Há músicas que mostram o quanto foram escritas com sentimento, aquele sentimento que vem do passado, mas que deixa marcas no presente e no futuro, NBC recria GNR, no album Revistados a música Bem Vindo ao Passado, com uma letra poderosa que não sai da cabeça.
Pouco ou nada há a dizer desta música, é ouvi-la e sentir.
quarta-feira, 11 de julho de 2007
Melvin & Jacqueline
Melvin estava sentado a beber a sua Macieira e fumando charuto cubano ao som de um cantor francês dos anos 60.
Melvin, chorava ao ouvir velhos clássicos franceses enquanto sua companheira, Jacqueline, na poltrona dourada e roída pelos ratos da Mansão dos Vitorinos, comia tremoços com casca e lia romances de bordel.
Melvin, já recomposto das lágrimas derramadas, bebia o último trago que restava no copo, saboreando a Macieira já salgada pelas gotas que caíram dos seus olhos.
Jacqueline, pousara o livro no último capítulo, onde se desvendava quem tinha morto a prostituta coxa, levanta-se da poltrona dourada e beija Melvin como se não houvesse amanhã…
E não houve. Pelo menos para eles e para os 300 passageiros que estavam a bordo do avião que caiu em cima da Mansão dos Vitorinos.
Melvin, chorava ao ouvir velhos clássicos franceses enquanto sua companheira, Jacqueline, na poltrona dourada e roída pelos ratos da Mansão dos Vitorinos, comia tremoços com casca e lia romances de bordel.
Melvin, já recomposto das lágrimas derramadas, bebia o último trago que restava no copo, saboreando a Macieira já salgada pelas gotas que caíram dos seus olhos.
Jacqueline, pousara o livro no último capítulo, onde se desvendava quem tinha morto a prostituta coxa, levanta-se da poltrona dourada e beija Melvin como se não houvesse amanhã…
E não houve. Pelo menos para eles e para os 300 passageiros que estavam a bordo do avião que caiu em cima da Mansão dos Vitorinos.
terça-feira, 10 de julho de 2007
Sonho
De suspirar em vão já fatigado,
Dando trégua a meus males, eu dormia;
Eis que junto de mim sonhei que via
Da Morte o gesto lívido e mirrado.
Curva fouce no punho descamado
Sustentava a cruel, e me dizia:
- «Eu venho terminar tua agonia;
Morre, não penes mais, oh desgraçado!»
Quis ferir-me, e de Amor foi atalhada,
Que armado de cruentos passadores
Aparece e lhe diz com voz irada:
- «Emprega noutro objecto os teus rigores,
Que esta vida infeliz está guardada
Para vitima só de meus furores.»
Bocage
Dando trégua a meus males, eu dormia;
Eis que junto de mim sonhei que via
Da Morte o gesto lívido e mirrado.
Curva fouce no punho descamado
Sustentava a cruel, e me dizia:
- «Eu venho terminar tua agonia;
Morre, não penes mais, oh desgraçado!»
Quis ferir-me, e de Amor foi atalhada,
Que armado de cruentos passadores
Aparece e lhe diz com voz irada:
- «Emprega noutro objecto os teus rigores,
Que esta vida infeliz está guardada
Para vitima só de meus furores.»
Bocage
segunda-feira, 9 de julho de 2007
Jorge Palma - O Maior !
Jorge Palma está de regresso aos discos com "Voo Nocturno", e volta em grande, pois Jorge Palma é sem dúvida um dos mais talentosos compositores portugueses.
Neste seu 11º álbum de originais, o single "Encosta-te a Mim" tem direito a um dos mais brilhantes video-clips que acaba por ser comovente ao ver o carinho que todos têm por Palma, pois todos temos um pouco dele e da sua música dentro de nós.
Com uma letra brilhante, este vídeo podia chamar-se a Festa da Música Portuguesa...
E como é bom ter alguém que se encoste a nós, quando o frio da escada se sente ao de leve para aconchegar
Encosta-te a mim
Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.
Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver
em nome da terra, no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem, não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Neste seu 11º álbum de originais, o single "Encosta-te a Mim" tem direito a um dos mais brilhantes video-clips que acaba por ser comovente ao ver o carinho que todos têm por Palma, pois todos temos um pouco dele e da sua música dentro de nós.
Com uma letra brilhante, este vídeo podia chamar-se a Festa da Música Portuguesa...
E como é bom ter alguém que se encoste a nós, quando o frio da escada se sente ao de leve para aconchegar
Encosta-te a mim
Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.
Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver
em nome da terra, no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem, não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
sexta-feira, 6 de julho de 2007
Muse
É a minha mais recente paixão musical, as letras, as melodias, os ritmos do bom velho rock, com cheirinho a "moderno". Impossível é ficar quieto ou indiferente a musica dos Muse, ela mexe connosco e nós mexemo-nos com ela.
Para entrar no fim-de-semana que se avizinha Time is Running Out dos MUSE
Para entrar no fim-de-semana que se avizinha Time is Running Out dos MUSE
quinta-feira, 5 de julho de 2007
Amanhã
Amanhã não é um bom dia, não perguntes porquê.
Não é um bom dia, pronto!
A tua insistência em perguntar, leva-me ter de te dizer que mesmo não prevendo o futuro e apenas porque não sei como vai ser o meu dia de amanhã, digo-te que amanhã não vai ser um bom dia.
Encolhes os ombros e nada dizes, sentas-te e esfregas a tua orelha esquerda, como sempre.
Já no dia que não ia ser um bom dia, tu telefonas-me e dizes:
- “Como está a ser o teu dia?”
Aí, eu enervo-me e digo:
-“Este telefonema era desnecessário, já te tinha dito que ia ser um dia mau.”
quarta-feira, 4 de julho de 2007
Estação
Esperar ou vir esperar querer ou vir querer-te
vou perdendo a noção desta subtileza.
Aqui chegado até eu venho ver se me apareço
e o fato com que virei preocupa-me, pois chove miudinho
Muita vez vim esperar-te e não houve chegada
De outras, esperei-me eu e não apareci
embora bem procurado entre os mais que passavam.
Se algum de nós vier hoje é já bastante
como comboio e como subtileza
Que dê o nome e espere. Talvez apareça
Mário Cesariny
vou perdendo a noção desta subtileza.
Aqui chegado até eu venho ver se me apareço
e o fato com que virei preocupa-me, pois chove miudinho
Muita vez vim esperar-te e não houve chegada
De outras, esperei-me eu e não apareci
embora bem procurado entre os mais que passavam.
Se algum de nós vier hoje é já bastante
como comboio e como subtileza
Que dê o nome e espere. Talvez apareça
Mário Cesariny
terça-feira, 3 de julho de 2007
You`ll Follow Me Down
Se há bandas que não deviam ter acabado os Skunk Anansie são uma delas, do rock mais pesado às músicas mais calmas, pautavam pela diferença e pela irreverência principalmente de Skin, dona de uma voz única e inconfundível.
Para recordar aqui fica You`ll Follow Me Down.
Para recordar aqui fica You`ll Follow Me Down.
segunda-feira, 2 de julho de 2007
Deambulação
É o deambular do corpo,
É a pele macia,
É o arrepio carnal,
É a mão que vagueia,
São os corpos cruzados,
Suados,
Molhados.
São as línguas entrelaçadas,
São os lábios tocados,
São as pernas trémulas,
São os corpos cruzados,
Colados,
Unidos.
É o brilho nos olhos,
É o sorriso estampado,
É o arfar de alegria,
São os corpos cruzados,
Cansados,
De uma noite que quis ser dia.
É a pele macia,
É o arrepio carnal,
É a mão que vagueia,
São os corpos cruzados,
Suados,
Molhados.
São as línguas entrelaçadas,
São os lábios tocados,
São as pernas trémulas,
São os corpos cruzados,
Colados,
Unidos.
É o brilho nos olhos,
É o sorriso estampado,
É o arfar de alegria,
São os corpos cruzados,
Cansados,
De uma noite que quis ser dia.
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