domingo, 6 de outubro de 2013

Faz Frio na Escada...o seu destino...

Hesito cada vez que penso em ti, no que foste, no que és, no que poderias ter sido. Sim, penso em ti, nos teus pedaços, nas tuas palavras, no teu insignificante significado que para mim significa tanto.
Significa ao ponto de cair lágrimas, de saber que já não há motivos, nem motivação para continuar, de saber que sentimentos nem todos têm, e nem todos os sabem sentir.
Tu existes e existirás sempre, seja de que maneira for, mas, como há sempre um “mas“, há também um fim e hoje é o teu, tu que albergaste tantas histórias, tantos bocados de mim… e não só, tu que foste confidente, fiel depositário de tantos momentos, és agora o nada que sempre foste.
Mostrei em ti o que melhor sei… reconhecido? Nunca! Mas este vão de escada friorento, será sempre orgulhosamente meu.   


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

ZZ Ward - Put the Gun Down

Grande voz, grande som, grande letra...Depois nao digam que não avisamos...

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Passam-se os dias no silêncio.

Passam-se dias no silêncio das coisas,
As mesas e cadeiras não falam,
Os papéis muito menos.
Passam-se os dias no silêncio da alma,
E cansa falar só comigo,
Numa rotina que deixa fadiga.
Passam-se os dias no silêncio de ti,
E mata saber que sou nada,
Num ritual que deixou de existir.
Passam-se os dias no silêncio da vida,
Daquela que nunca tive,
Numa ilusão que acaba sempre a perder,
Em silêncio… como sempre deve ser.   

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Sublevação

Vivemos ao som de um déspota,
E já ninguém faz joeira.
Agora,
Neste momento,
Tudo é ruím!
Uma broca é necessário.
Romper,
Furar,
Encontrar saimento.
Vasculhar um novo fado.
Chega de comer palhada.
O tempo é de unir.
Encontrar sublevação.
Pois aqui, neste sofá,
Eu e o meu filadelfo,
Não voltamos costas à inconformação.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Best Youth - Hang Out

Só podiam ser da Invicta...


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Quese lixe a Troika.... e não só

Como nao poderia deixar de ser, o Faz Frio apoia e participa na causa... TODOS PARA A RUA!!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Desculpa

Desculpa-me pelas horas tristes,
Pelos dias tristes,
Por eu ser triste.
Desculpa-me os maus momentos,
Os infernos e devaneios.
Desculpa-me as palavras,
As dores que te causei.
Desculpa-me a mágoa,
Desculpa-me o sofrimento.
Desculpa-me a desculpa,
Desculpa-me o indesculpável.
Mas nao me deculpes o amor.
Desculpa-me o caminho sinuoso,
E terei para ti uma estrada sem pedras.
Todas as desculpas serão poucas,
Mas este amor, para o qual não tenho desculpas,
Nunca será pouco.
Desculpa-me as promessas em vão,
Desculpa-me as lágrimas,
Desculpa-me a irracionalidade.
Desculpa-me com o teu perdão.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Gabriel o Pensador - Linhas Tortas

Está tudo aqui, este Senhor volta em grande forma... Quem escreve, quem gosta de escrever tem de sentir aquele frio na barriga ao ouvir isto.

domingo, 25 de março de 2012

Pearl Jam - Better Man



Waitin', watchin' the clock, it's four o'clock, it's got to stopTell him, take no more, she practices her speechAs he opens the door, she rolls over..pretends to sleep as he looks her over..

She lies and says she's in love with him, can't find a better man.She dreams in color, she dreams in red, can't find a better man.Can't find a better manCan't find a better manOhh...

Talkin' to herself, there's no one else who needs to know; she tells herself..Oh...Memories back when she was bold and strongAnd waiting for the world to come along...Swears she knew it, now she swears he's goneShe lies and says she's in love with him, can't find a better man...She dreams in color, she dreams in red, can't find a better man...She lies and says she still loves him, can't find a better man...She dreams in color, she dreams in red, can't find a better man...Can't find a better manCan't find a better manYeah...

She loved him, yeah...she don't want to leave this wayShe needs him, yeah...that's why she'll be back againCan't find a better manCan't find a better manCan't find a better manCan't find a better... man...

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Agora...

É no quebrar do tempo
Que sinto o que já fui.
Hoje, onde o tempo já não quebra,
Sinto que já pouco sou.
Um vasto e repleto vazio,
Uma mão com sangue,
Que o tempo parado sujou.
A dor da alma ferida,
O tal sabor salgado voltou.
Agora…
Agora é cravar as unhas na terra.
Subir, vir ao topo.
Voltar a surgir um brilho,
Voltar a sentir o corpo.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Amor burguês (de José Luís Peixoto)

Havemos de engordar juntos.

Normalmente, toda a gente está demasiado preocupada em colocar a barra que diz "cliente seguinte", estão ansiosos, nervosos, têm medo que aquele que está à frente lhes leve os iogurtes, têm medo de pagar o fiambre daquele que está atrás. Enquanto não marcam essa divisão, não descansam. Depois, não descansam também, inventam outras maneiras de distrair-se. É por isso que poucos chegam a aperceber-se de que a verdadeira imagem do amor acontece na caixa do supermercado, naqueles minutos em que um está a pôr as compras no tapete rolante e, na outra ponta, o outro está a guardá-las nos sacos.

As canções e os poemas ignoram isto. Repetem campos, montanhas, praias, falésias, jardins, love, love, love, mas esse momento específico, na caixa do supermercado, tão justo e tão certo, é ignorado ostensivamente por todos os cantores e poetas românticos do mundo. Bem sei que há a crueza das lâmpadas fluorescentes, há o barulho das caixas registadoras, pim-pim-pim, há o barulho das moedas a caírem nas gavetas de plástico, há a musiquinha e os altifalantes: responsável da secção de produtos sazonais à caixa 12, responsável da secção de produtos sazonais à caixa 12; mas tudo isso, à volta, num plano secundário, só deveria servir para elevar mais ainda a grandeza nuclear desse momento.

É muito fácil confundir o banal com o precioso quando surgem simultâneos e quase sobrepostos. Essa é uma das mil razões que confirma a necessidade da experiência. Viver é muito diferente de ver viver. Ou seja, quando se está ao longe e se vê um casal na caixa do supermercado a dividir tarefas, há a possibilidade de se ser snob, crítico literário; quando se é parte desse casal, essa possibilidade não existe. Pelas mãos passam-nos as compras que escolhemos uma a uma e os instantes futuros que imaginámos durante essa escolha: quando estivermos a jantar, a tomar o pequeno-almoço, quando estivermos a pôr roupa suja na máquina, quando a outra pessoa estiver a lavar os dentes ou quando estivermos a lavar os dentes juntos, reflectidos pelo mesmo espelho, com a boca cheia de pasta de dentes, a comunicar por palavras de sílabas imperfeitas, como se tivéssemos uma deficiência na fala.

Ter alguém que saiba o pin do nosso cartão multibanco é um descanso na alma. Essa tranquilidade faz falta, abranda a velocidade do tempo para o nosso ritmo pessoal. É incompreensível que ninguém a cante.

As canções e os poemas ignoram tanto acerca do amor. Como se explica, por exemplo, que não falem dos serões a ver televisão no sofá? Não há explicação. O amor também é estar no sofá, tapados pela mesma manta, a ver séries más ou filmes maus. Talvez chova lá fora, talvez faça frio, não importa. O sofá é quentinho e fica mesmo à frente de um aparelho onde passam as séries e os filmes mais parvos que já se fizeram. Daqui a pouco começam as televendas, também servem.

Havemos de engordar juntos.

Estas situações de amor tornam-se claras, quase evidentes, depois de serem perdidas. Quando se teve e se perdeu, a falta de amor é atravessar sozinho os corredores do supermercado: um pão, um pacote de leite, uma embalagem de comida para aquecer no micro-ondas. Não é preciso carro ou cesto, não se justifica, carregam-se as compras nos braços. Depois, como não há vontade de voltar para a casa onde ninguém espera, procura-se durante muito tempo qualquer coisa que não se sabe o que é. Pelo caminho, vai-se comprando e chega-se à fila da caixa a equilibrar uma torre de formas aleatórias.

Quando se teve e se perdeu, a falta de amor é estar sozinho no sofá a mudar constantemente de canal, a ver cenas soltas de séries e filmes e, logo a seguir, a mudar de canal por não ter com quem comentá-las. Ou, pior ainda, é andar ao frio, atravessar a chuva, apenas porque se quer fugir daquele sofá.

E os amigos, quando sabem, não se surpreendem. Reagem como se soubessem desde sempre que tudo ia acabar assim. Ofendem a nossa memória.

Nós acreditávamos.

Havemos de engordar juntos, esse era o nosso sonho. Há alguns anos, depois de perder um sonho assim, pensaria que me restava continuar magro. Agora, neste tempo, acredito que me resta engordar sozinho.


José Luís Peixoto, in revista Visão (Janeiro, 2012)

sábado, 17 de dezembro de 2011

Paulo Gonzo - São Gestos

Claro está, que a qualidade deste Senhor tinha de estar aqui partilhada...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

=

Volto a pegar na caneta,
Relembrando um ritual.
Volto a não ter sapiência,
Para escrever o normal.

Já não penso, logo não existo,
Inverte-se o provérbio fatal.
Abro o caderno e insisto,
Caio sempre na palavra banal.

Mas ao cair levanto-me,
Não passa de um jogo, afinal.
Mas ao cair levanto-me,
Para a vitória da batalha final.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Jorge Palma - Página em Branco

O Palma está de volta, como sempre, em grande...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Nina

Para ti apagou a luz,
Tu que foste a Guardiã.
Demoro a entender,
Porque já não corres,
Não saltas, ao meu chegar.
Foste riso, hoje és choro...
Foste tanto para lembrar,
Tu, sim, foste a única…
Que sempre me soube aturar.
Não dei tudo que merecias,
Ando no fundo que conhecias,
E já não estás aqui…
Para me olhares.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Suplício

Passa o vento mesmo ao lado,
E eu a ver flutuar.
Passa a corrente mais tarde,
Mas o trânsito impede de chegar.
Ilude, vacila, não sai do sitio,
Estica o braço para o seu lugar.
Coisas daquele precipício,
Que já tentei agarrar.
Mas no meio deste suplício,
Encontro um corpo de abrigo,
Onde gosto de me guardar.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Concha Buika & Javier Limón : Oro santo

Depois da ausência, quando se volta é para voltar em grande.
Por agora é o que se segue...

quinta-feira, 14 de julho de 2011

3 Doors Down - When You're Young

5 anos de blog... uma pausa. O regresso é com esta aqui em baixo, 3 Doors Down com novo álbum, e que letra tão actual para voltar às lides de um blog que se quer vagabundo!!!

sábado, 7 de maio de 2011

5 anos

Era uma vez uma corrente de ar, fria, gelada, que sobe lentamente por uma escada que leva a lado nenhum…
Foi numa dessas vezes, que essa corrente de ar veio aqui parar, a este canto recôndito que me faz colocar aqui mais que uma paixão, sonho ou ilusão, mesmo não sabendo o que é, o que foi ou o que resta desta rajada de vento frio que percorre degrau a degrau desta escada, por vezes suja, por vezes gasta e sombria.
Assim se faz à 5 anos, sim, precisamente à 5 anos…

sábado, 30 de abril de 2011

Fundo

O quão fundo foi a calma,
Em que vazio e vago chegou.
Caiu a pique, numa rajada…
Que tanta vez é mortal.
Mas resiste e insiste,
Numa forma quase irreal.
Automutila-se e ri…
Às tantas já é normal.
Um copo, um cigarro,
Mais um velho ritual.
De uma luz encantada,
Ao mergulhar num lodo letal.
Onde está o que era…
Quem somos afinal?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

quinta-feira, 10 de março de 2011

Estou Cansado

Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.

Álvaro de Campos

quarta-feira, 2 de março de 2011

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Aquela Noite

É noite e não é uma qualquer.
É aquela noite,
Em que as lágrimas se afloram.
Rumam no vento do olhos…
E descem, suavemente, deslizantes.
Há frio nesta noite.
Há cheiros, cores, saudades.
É noite e não é uma qualquer.
É aquela noite,
Em que sorrisos crescem nos lábios
E brilham na ilusão da fantasia.
Risos, surpresas, desejos.
Há frio nesta noite,
Há beijos, abraços, perdões.
É noite e não é uma qualquer.
É aquela noite,
Em que as horas não passam de minutos.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Espelho

A rua deserta,
O cão a ladrar.
A atenção desperta,
Desvio o olhar.

Nade de novo,
Tudo está igual,
Muda o dia,
Muda a hora,
Mas o riso é banal.

Vultos perdidos,
Parecidos com o meu.
Rostos feridos,
Marcas da sombra,
Que morreu…

O vento disfarça,
O calor no peito.
Caminho cansado,
Perdido no leito.

Sigo o destino
Que já não existe,
Troco o passo,
Olho o espelho,
Ele está triste…

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

AUREA - Busy (for me)

E começamos o ano de 2011 assim...É Portuguesa, tem uma voz de se fazer ouvir em todo lado...Música do melhor, no seu melhor...Pelo menos a qualidade da música em Portugal não está em crise. Cá para mim, vai ser o ano desta menina...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Poema do Homem Só

Sós,
irremediavelmente sós,
como um astro perdido que arrefece.
Todos passam por nós
e ninguém nos conhece.

Os que passam e os que ficam.
Todos se desconhecem.
Os astros nada explicam:
Arrefecem

Nesta envolvente solidão compacta,
quer se grite ou não se grite,
nenhum dar-se de outro se refracta,
nenhum ser nós se transmite.

Quem sente o meu sentimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem sofre o meu sofrimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem estremece este meu estremecimento
sou eu só, e mais ninguém.

Dão-se os lábios, dão-se os braços
dão-se os olhos, dão-se os dedos,
bocetas de mil segredos
dão-se em pasmados compassos;
dão-se as noites, e dão-se os dias,
dão-se aflitivas esmolas,
abrem-se e dão-se as corolas
breves das carnes macias;
dão-se os nervos, dá-se a vida,
dá-se o sangue gota a gota,
como uma braçada rota
dá-se tudo e nada fica.

Mas este íntimo secreto
que no silêncio concreto,
este oferecer-se de dentro
num esgotamento completo,
este ser-se sem disfarce,
virgem de mal e de bem,
este dar-se, este entregar-se,
descobrir-se, e desflorar-se,
é nosso de mais ninguém.

António Gedeão

domingo, 21 de novembro de 2010

Linda Martini - Adeus Tristeza

Todos os dias, todas as horas, todos os minutos, deveriam ser vividos em assimilação de coisas novas, de momentos intensos, de vontades, desejos, partilhas...

Hoje, aqui e agora, o "Faz Frio" (e faz...)Partilha com os seus leitores música portuguesa de qualidade, nova, fresca, mesmo relembrando passados.

Nem só de Leandros e Carreiras vive o som nacional...

É tempo de dizer "Adeus Tristesa"




P.S. - Pela primeira vez neste estaminé... um post partilhado.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010