sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Ponteiro

Ao consumir a noite e suas horas,
Vejo com a clareza nocturna
Uma sombra de dor.
Espero, espero um pouco mais.
O rolar das pedras,
Das vidas cansadas,
E o ponteiro dos minutos,
Que tem o poder de nunca parar.
Depois o fumo e mais fumo,
E a garganta já arranhar…
Divago numa ou outra leitura antiga,
E o ponteiro continua sem parar.
Um lápis, o velho caderno,
Uma ou duas músicas que tenho de escutar.
É dia, é já outro dia.
E eu não sei o que é acordar.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Cadeira

Saio agora da porta,
A correr, como de habitual.
Sempre o mesmo sono, repetido,
Um tanto ou quanto banal.
Aconchegam-me notícias tuas,
E o despertar é mais racional.
Vou pelo caminho velho,
Sem saber se é normal.
Um semáforo vermelho,
Mais um atraso, mais um jornal.
Por fim a tal cadeira…
E a certeza, que este não é o meu local.