domingo, 25 de abril de 2010

Pedro Abrunhosa Não Desistas de Mim

Às vezes também tenho o direito de ser lamechas... e é tão bom... esta letra, o melhor que ele tem, diz tanto e tanto...o disco é novo, as dores são velhas... é desfrutar da escrita e fazer o favor de ouvir a música...



A porta fechou-se contigo,
Levaste na noite o meu chão,
E agora neste quarto vazio
Não sei que outras sombras virão.
E alguém ao longe me diz:

Há um perfume que ficou na escada,
E na TV o teu canal está aberto,
Desenhos de corpos na cama fechada,
São um mapa de um passado deserto.

Eu sei que houve um tempo
Em que tu e eu
Fomos dois pássaros loucos,
Voámos pelas ruas
Que fizemos céu,
Somos a pele um do outro.

Não desistas de mim,
Não te percas agora,
Não desistas de mim
A noite ainda demora.

Ainda sei de cor o teu ventre
E o vestido rasgado de encanto,
A luz da manhã,
O teu corpo por dentro,
E a pele na pele de quem se quer tanto.

Não tenho mais segredos,
Escondi-me nos teus dedos,
Somos metades iguais.
Mas hoje,
Só hoje,
Leva-me para onde vais
Que eu quero é dizer-te:

Não desistas de mim,
Não te percas agora,
Não desistas de mim
A noite ainda demora.

sábado, 17 de abril de 2010

domingo, 11 de abril de 2010

As cores

Pinto os dias de azul,
Sem sequer saber as cores.
Afogo-me num cinzento qualquer,
Calco largos riscos vermelhos,
E ainda não sei as cores.
Visto-me de preto.
Escorrego em algo verde,
E fico amarelo só de pensar.
Já de noite, quando acendem as luzes,
Reparo no laranja que brilha…
O cão, uiva em tons de lilás.
Coloco os tais óculos castanhos,
E descubro que sou daltónico.