segunda-feira, 31 de maio de 2010

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Aquele triste silêncio

Hoje há apenas um saco vazio,
E aquele triste silêncio.
A mão, está no bolso e não treme,
A cabeça já não está aqui.
Hoje há apenas o que falta de ti,
E aquele triste silêncio.
O coração, está no bolso e não treme,
O pensamento já não está aqui.
Hoje há apenas aquilo que não quero,
E aquele triste silêncio.
O desejo, está no bolso e não treme,
O amor, esse maldito, continua aqui.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Soneto 96 de William Shakespeare

Ontem recebi como dedicatória, hoje partilho com o mundo...

De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça. Amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera
Ou se vacila ao mínimo temor.

Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
È astro que norteia a vela errante
Cujo valor se ignora, lá na altura.

Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfanje não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,

Antes se afirma, para a eternidade.
Se isto é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.

William Shakespeare

quarta-feira, 5 de maio de 2010

...

Da grande página aberta do teu corpo
sai um sol verde
um olhar nu no silêncio de metal
uma nódoa no teu peito de água clara

Pela janela vejo a pequenina mão
de um insecto escuro
percorrer a madeira do momento intacto
meus braços agitam-te como uma bandeira em brasa
ó favos de sol

Da grande página aberta
sai a água de um chão vermelho e doce
saem os lábios de laranja beijo a beijo
o grande sismo do silêncio
em que soberba cais vencida flor


António Ramos Rosa