quinta-feira, 31 de maio de 2007

Álcool

Que droga foi a que me inoculei?
Ópio de inferno em vez de paraiso? ...
Que sortilégio a mim próprio lancei?
Como é que em dor genial eu me eternizo?

Nem ópio nem morfina. O que me ardeu,
Foi álcool mais raro e penetrante:
E só de mim que ando delirante-
Manhã tão forte que me anoiteceu.


Mário de Sá-Carneiro

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Nas Ruas

Podem dizer mil e uma coisa sobre eles, podem dizer que é a última digressão, quem já viu ao vivo não esquece, seja por que motivo for, impossível é ficar indiferente.
Esta música, esta letra... todos temos uma ou mais marcas dos Rolling Stones na nossa vida.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Kyrie

Em nome dos que choram,
Dos que sofrem,
Dos que acendem na noite o facho da revolta
E que de noite morrem,
Com esperança nos olhos e arames em volta.
Em nome dos que sonham com palavras
De amor e paz que nunca foram ditas,
Em nome dos que rezam em silêncio
E falam em silêncio
E estendem em silêncio as duas mãos aflitas.
Em nome dos que pedem em segredo
A esmola que os humilha e os destrói
E devoram as lágrimas e o medo
Quando a fome lhes dói.
Em nome dos que dormem ao relento
Numa cama de chuva com lençóis de vento
O sono da miséria, terrível e profundo.
Em nome dos teus filhos que esqueceste,
Filho de Deus que nunca mais nasceste,
Volta outra vez ao mundo!

José Carlos Ary dos Santos, Kyrie

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Walking In My Shoes...

Mais uma que toca várias vezes no leitor da escada, grande banda, grande som, grande letra...

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Paralelo Infinito

Jorge Cruz com o novo album "Poeira" continua em máxima rotação no leitor de cd's da escada.
Hoje aqui fica uma das letras de uma das músicas que mais vezes toca a acompanhar a brisa que faz na escada.

Primeiro chegas no teu jeito destinado a ganhar
Entras num comboio, desces, queres ficar
Sentas-te na cama, eu canto uma canção
Sobre as coisas serem o que são

Fumamos à varanda com a lua a subir
Tu danças no escuro fazes-me sorrir
E largas roupas pelo meu chão
Tens o mundo todo na mão

E sempre que te vejo, é,
Eu deixo de respirar
Paro no desejo de que o teu beijo
Me encontre e não quero acordar

Depois tu vens cantar comigo,
Vens sonhar no meu colchão
Beber do meu vinho,
Comer do meu pão,
Fazer-me girar no teu carrossel
Viciar-me no aroma da tua pele

Partimos em viagem,
Paramos para dormir
Sussurras-me umas coisas
Que não posso repetir

E sais para a rua por estar a chover
Pões-te em pose, eu fico a ver

E sempre que te vejo, é,
Eu deixo de respirar
Paro no desejo de que o teu beijo
Me encontre e não quero acordar

Até que um dia tu deténs-te
Por momentos num sinal
Dás mais umas piruetas
Mas já nada é igual

Perguntas-te o pode estar acontecer
E não parece difícil se saber

Agora tu estas longe,
Encontras-te onde ficar,
E eu não, eu não
Não posso queixar

Acordo com o sol,
Refresco com o ar
Vivo do que a vida
Tem para me dar

Mas sempre que te vejo, é,
Eu deixo de respirar
Paro no desejo de que o teu beijo
Me encontre e não quero acordar

quinta-feira, 24 de maio de 2007

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Anjo

Gravado em Fafe, Agosto de 2006, por Faz Frio na Escada, este, foi um momento único.

Há músicas que podem ser completamente banais para alguns, esta nunca será uma dessas músicas para mim.

Por tudo e por nada, ao som desta música, a lágrima aparece e o frio que se sente na escada acaba por ser acolhedor.


terça-feira, 22 de maio de 2007

Metamorfose

Vi meus dedos negros.
A escuridão…
Pensamento alucinado,
Revolta,
Fascinação…
A deambulação do infinito
A procura suja,
Metamorfose,
Desorientação…
O cheiro do cânhamo
Loucura,
Satisfação!

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Poeira na Escada

Ao segundo álbum (Poeira) Jorge Cruz, mostra definitivamente o porquê de ser já considerado um dos melhores “cantautores” portugueses da nova geração.
Mais denso e menos acústico que o anterior “Sede”, “Poeira”, uma mistura de estilos de sons, que só Jorge Cruz sabe dar a beleza que a sua escrita merece.
Do rock, ao reggae, do folk ao fado e até um “cheirinho" de jazz e a música tradicional portuguesa. Poeira, um disco para ouvir, numa noite com o fumo do cigarro no ar e uma garrafa de Macieira, sentados naquela Escada que todos temos.


sexta-feira, 18 de maio de 2007

Quem leva os meus?

Vitupérios pensantes



Ficou na boca o travo amargo,
A pura ilusão dos sentidos.
O não saber se te trago comigo,
E várias perguntas na mente…
O que resta do sonho?
O que brota do olhar?
Caminho pisado e escuro,
No qual não quero entrar.
Mistérios, falsos e baralhados.
É assim a mente cansada,
Por vezes desamparada.
Oh… vil e macabra sensação.
Vitupérios pensantes,
Dos quais alguns constantes,
Antes a morte que a rendição.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Riscos



A vida, a minha vida,
É feita de riscos
Riscos calculados,
Riscos não calculados
Riscos que me fazem
Ricos que fiz
Gosto de riscos…
Riscos que me magoaram
Riscos que me alegraram
Riscos…,
Corri riscos
Corro riscos
Riscos que me marcaram
Riscos que marquei.
Folhas onde fiz riscos
Folhas que contam riscos.
Sou um risco
Um risco gosto de ser.
Arrisco no risco
De uma caneta para riscar
Os riscos que quero fazer/correr

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Nunca será uma rua qualquer

Enquanto espero ansiosamente pelo novo álbum do grande Jorge Cruz (Poeira), relembro o trabalho anterior.
Há músicas que não nos cansamos de ouvir, há músicas que marcam uma vida.

“Longe fica a rua onde eu te vi.”

Mas fica apenas longe de ti, porque eu passo por ela todos os dias…

O Leme

Mesmo com o frio a fazer-se sentir na escada.
E a chuva a molhar todos os degraus,
A noite foi intensa.
Uma luz no escuro, a fúria da multidão.
A amizade baptizada, nas águas do infinito caídas.
Miragens, sonhos, olhares.
Os copos já bebidos no chão…
Corro já na estrada,
Como um louco…perdido.
A viagem,
O caminho,
Guiados pelo punho que não treme.
Pelo punho do homem do leme.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Ilumina-me

Por vezes uma música pode levar-nos a muitos lados, podemos até rever passados e imaginar futuros, é bom quando letra de uma música nos toca, nos faz pensar.
Ilumina-me, do novo album de Pedro Abrunhosa "Luz" a ser editado no fim deste mês de Maio, é uma dessas músicas.
Quase em primeira mão aqui fica a letra, para ler e sentir mais uma vez a brisa que corre nesta escada.

ILUMINA-ME

Gosto de ti como quem gosta do sábado,
Gosto de ti como quem abraça o fogo,
Gosto de ti como quem vence o espaço,
Como quem abre o regaço,
Como quem salta o vazio,
Um barco aporta no rio,
Um homem morre no esforço,
Sete colinas no dorso
E uma cidade p’ra mim.


Gosto de ti como quem mata o degredo,
Gosto de ti como quem finta o futuro,
Gosto de ti como quem diz não ter medo,
Como quem mente em segredo,
Como quem baila na estrada,
Vestido feito de nada,
As mãos fartas do corpo,
Um beijo louco no porto
E uma cidade p’ra ti.


Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.
Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.


Gosto de ti como uma estrela no dia,
Gosto de ti quando uma nuvem começa,
Gosto de ti quando o teu corpo pedia,
Quando nas mãos me ardia,
Como silêncio na guerra,
Beijos de luz e de terra,
E num passado imperfeito,
Um fogo farto no peito
E um mundo longe de nós.


Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.
Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.

Noites


Noites são tantas !

Noites são tuas !

Alucinação !

Um beijo triste…

Depois da viagem.

Transforma a paisagem.

Em noites brilhantes…

Artísticas !

terça-feira, 8 de maio de 2007

Viagem

Jeff Bucklay, merece uma escuta, pelo menos uma, se bem que será difícil ficar por uma simples audição.
Grace, o álbum.
Hallelujah … a música.
Com o frio que se faz sentir na escada, sabe bem viajar, muito lentamente… sentado no último degrau com a brisa a correr… o arrepio na espinha… Hallelujah leva-nos onde queremos chegar…


segunda-feira, 7 de maio de 2007

Faz Frio na Escada


Faz Frio na Escada e estamos quase no verão, o que vale é que no inverno este blog ja fará todo o sentido (ou talvez não), gostos, partilhas e opinões são aqui divulgadas, apenas mais um blog afogado nos inúmeros que ja existem, mas este é diferente, é meu !!! Poderei cagar aqui todas as postas de pescada, sem nexo, nem sentido, porque a lógica é coisa que há muito está esgotada...