sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Sean Riley & The Slowriders - Moving On

Sean Riley & The Slow Riders, são portugueses da cidade de Coimbra e é uma das apostas do Faz Frio na Escada para 2008.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Olhares passados

Passados feitos presentes,
Futuros com sabor a passado.
Conversas presentes,
Pensamentos passados,
Presentes num futuro ignorado.
Olhares passados,
Sentidos neste presente.
O futuro ao “tal” Deus pertence.
Ou é mais uma crença do passado?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Dave Gahan - Kingdom

Do album a solo Hourglass de Dave Gahan, vocalista dos Depeche Mode, aqui fica o video do single Kingdom, uma letra e um video do melhor que anda por estas escadas frias...

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Fernando Pessoa

Foi um momento
O em que pousaste
Sobre o meu braço,
Num movimento
Mais de cansaço
Que pensamento,
A tua mão
E a retiraste.
Senti ou não?

Não sei. Mas lembro
E sinto ainda
Qualquer memória
Fixa e corpórea
Onde pousaste
A mão que teve
Qualquer sentido
Incompreendido,
Mas tão de leve!...

Tudo isto é nada,
Mas numa estrada
Como é a vida
Há uma coisa
Incompreendida...

Sei eu se quando
A tua mão
Senti pousando
Sobre o meu braço,
E um pouco, um pouco,
No coração,
Não houve um ritmo
Novo no espaço?

Como se tu,
Sem o querer,
Em mim tocasses
Para dizer
Qualquer mistério,
Súbito e etéreo,
Que nem soubesses
Que tinha ser.

Assim a brisa
Nos ramos diz
Sem o saber
Uma imprecisa
Coisa feliz.


Fernando Pessoa

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Flutuando

Nestas atribulações constantes
O meu barco navega.
Pouco ou nada vale,
Ser dele comandante.
As marés calmas
Ou as tempestades fulgurantes,
É o que me comandam.
Navego nele à deriva.
Ao sabor da solidão,
E às ondas vou cantando
O fado triste da ilusão.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Palma

Foi uma viagem na palma da mão…na palma da mão do Tio Palma, ontem no Coliseu da Invicta.

Irreverente, sonhador, poeta, boémio como só ele sabe ser…

Quanto for grande quero ser como tu Tio Palma…


Para recordar Estrela do Mar.. em breve video do espetáculo...

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Orelha

Sinto aquele vento a entrar pela minha orelha direita e acho estranho o arrepio que ele provoca no meu cérebro já gasto de tantas horas a pensar na morte da Bezerra.

Eis senão quando, me lembro que não conheci pessoalmente nenhuma Bezerra.

Porém, convivi com algumas Vitelas de carne tenra e suculenta, ao que me leva a deduzir que não sou vegetariano nem “alinho” nessas novas formas de inventar alimentos a que dão o nome de “cozinha orgânica”.

Todavia, gosto de um bom grelo, não muito temperado, apenas duas ou três pitadas de sal.

Já na orelha esquerda, aquela onde uso aparelho auditivo, não sinto o vento nem algo que se pareça com algum tipo de ruído ou barulho, o que me leva a finalizar este meu pequeno desabafo, com a maravilhosa conclusão que tenho de trocar a pilha ao aparelho, urgentemente.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

David Mourão-Ferreira

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.

David Mourão-Ferreira

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Lume brando

No limbo constante,
Da incerteza,
Da profanação,
Do alucinamento flutuante,
Da fome,
Da ruptura,
Da difamação.
Sim, sou eu,
Este que vos escreve,
Perdido,
Achado,
No lume brando
Que é esta esfera,
Onde a sorte te leva,
Onde a quimera te espera.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

José Régio - O Amor e a Morte

Canção cruel

Corpo de ânsia.
Eu sonhei que te prostava,
E te enleava
Aos meus músculos!

Olhos de êxtase,
Eu sonhei que em vós bebia
Melancolia
De há séculos!

Boca sôfrega,
Rosa brava
Eu sonhei que te esfolhava
Petala a pétala!

Seios rígidos,
Eu sonhei que vos mordia
Até que sentia
Vómitos!

Ventre de mármore,
Eu sonhei que te sugava,
E esgotava
Como a um cálice!

Pernas de estátua,
Eu sonhei que vos abria,
Na fantasia,
Como pórticos!

Pés de sílfide,
Eu sonhei que vos queimava
Na lava
Destas mãos ávidas!

Corpo de ânsia,
Flor de volúpia sem lei!
Não te apagues, sonho! mata-me
Como eu sonhei.


José Régio

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Cássia Eller - Por Enquanto

Cássia Eller, uma das melhores vozes brasileiras dos últimos tempos, uma verdadeira "estrela rock", com toda a irreverência que lhe era característica, marcava pela diferença na MPB. Lésbica assumida e problemas com alcool e drogas, tem um fim trágico devido aos mesmos, morre em Dezembro 2001 com 39 anos, deixando a sua marca na música e na vida devido à sua forma "louca" de bem viver frases como as que se seguem, mostram um pouco da Cássia Eller no seu melhor:

-"Sou mulher, sou pobre, sapatão, mãe solteira, preencho todas as lacunas. Têm de saber lidar com o preconceito" (Maio de 2001)

- "Acho ótimo a pirataria, acho 'o bicho'. O cara não tem dinheiro, nem nada. Vai ficar sem ouvir música?"(Maio de 2001)

Cássia deixou a sua musica, a sua forma de cantar, a sua loucura, aqui está ela no melhor que sabia fazer... (en)cantar com a sua voz

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Eugénio de Andrade

Hoje roubei todas as rosas dos jardins
e cheguei ao pé de ti de mãos vazias.

Eugénio de Andrade

terça-feira, 23 de outubro de 2007

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Segunda Casa

Dividido por compartimentos,
A banda sonora nocturna.
Alimentos,
Arrependimentos,
Novo habito de rua.
Explorar,
Descobrir.
O convívio e a fartura.
A lágrima na parede,
Sonhos de uma nova cultura.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

De que me rio eu?...

De que me rio eu?... Eu rio horas e horas
só para me esquecer, para me não sentir.
Eu rio a olhar o mar, as noites e as auroras;
passo a vida febril inquietantemente a rir.

Eu rio porque tenho medo, um terror vago
de me sentir a sós e de me interrogar;
rio pra não ouvir a voz do mar pressago
nem a das coisas mudas a chorar.

Rio pra não ouvir a voz que grita dentro de mim
o mistério de tudo o que me cerca
e a dor de não saber porque vivo assim.


António Patrício

terça-feira, 16 de outubro de 2007

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Inversão

Divago inconscientemente
Atrás da ilusão
Nada, ninguém,
Impedirá esta fúria.
Emerge em mim como fogo
Latejando todos os meus sentidos.
Acordo,
Revolto-me…
O sonho já está perdido.
Cansado,
Hoje não penso mais,
Amanha será outro dia.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

The Gift - Fácil de Entender

E aquela gota que sai dos olhos a que deram o nome de lágrima, cai...

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Coração sem imagens

Deito fora as imagens,
Sem ti para que me servem
as imagens?

Preciso habituar-me
a substituir-te
pelo vento,
que está em toda a parte
e cuja direcção
é igualmente passageira
e verídica.

Preciso habituar-me ao eco dos teus passos
numa casa deserta,
ao trémulo vigor de todos os teus gestos
invisíveis,
à canção que tu cantas e que mais ninguém ouve
a não ser eu.

Serei feliz sem as imagens.
As imagens não dão
felicidade a ninguém.

Era mais difícil perder-te,
e, no entanto, perdi-te.

Era mais difícil inventar-te,
e eu te inventei.

Posso passar sem as imagens
assim como posso
passar sem ti.

E hei-de ser feliz ainda que
isso não seja ser feliz.



Raul de Carvalho

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Paulo Gonzo & Carlos do Carmo - Estranha Forma de Vida

Gravado ao vivo no Coliseu de Lisboa, dois grandes senhores da Música Portuguesa, misturam o fado com o blues.
Não acho que tenha sido por vontade de deus, mas todos os "ais" que digo são meus, nesta estranha forma vida que tem o meu coração...

Tem e nao é pouca...

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Caminho antigo

Repisando o caminho,
De outras aventuras.
Sabor a passado,
Olhos brilhantes do futuro.
A pausa.
O relembrar.
Mais caminho antigo.
A chegada.
A luxúria
A partida para mais uma loucura.
O saber estar…e ir !
O mudar, rodar, partir
Sonhar.
O acordar e sorrir.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Go Graal Blues Band - Lonely

Foi uma das bandas mais marcantes do Rock Portugues, sempre na onda dos Blues, a Go Graal Blues Band, tinha um som único e forte, pena é nunca ter sido editado em Cd os seus albuns.
Para recordar, aqui fica uma pérola (será bom dizer que o videoclip é um bocado fraquinho... mas para os anos 80 não está mal...e ainda se pode ver o Exmo. Sr. Paulo Gonzo com a voz no seu melhor e com cabelo)

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Vasculhar

Longe do que sou,
Rodeado de algo que não fui.
O céu, cinzento como sempre.
O frio, aconchegante.
Estar ali…
Não estar.
Saber voar na luz.
Vasculhar um sorriso.
Vasculhar dois ou três olhares.
No meio… a busca dos sentidos.
A porta que te leva,
A sombra que te conduz.
Estou longe do que sou.
E não estou perto de te encontrar.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Pablo Neruda

Este domingo voltei a sentir o frio da escada ao rever um dos filmes da minha vida.
Ja o vi vezes sem conta, ja deixei escorrer a mesma lágrima outras tantas vezes ao ver o filme.
Pablo Nerura era um ser maior, com o dom da escrita, com o dom de por vezes dizer aquilo que nós pensamos.
E para recordar aqui fica a obra do Mestre

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

Pablo Neruda

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Palavras

As vezes não é necessário a música para saborear as palavras que são cantadas... Esta, foi escrita por Pedro Malaquias para Paulo Gonzo e, é das poucas que gostaria que tivessem saído da minha caneta, mas escrever esta letra não está ao meu "nível"... apenas gosto de voar ao sabor destas palavras com ou sem música...

Leve Beijo Triste

Teimoso subi
Ao cimo de mim
E no alto rasgei
As voltas que dei

Sombra de mil sóis em glória
Cobrem todo o vale ao fundo
Dorme meu pequeno mundo

Como um barco vazio
P´las margens do rio
Desce o denso véu lilás
Desce em silêncio e paz
Manso e macio

Deixa que te leve
assim tão leve
Leve e que te beije meu anjo triste
Deixo-te o meu canto canção tão breve
Brando como tu amor pediste

Não fales calei
Assim fiquei
Sombra de mil sóis cansados
Crescendo como dedos finos
A embalar nossos destinos

Deixa que te leve
assim tão leve
Leve e que te beije meu anjo triste
Deixo-te o meu canto canção tão breve
Brando como tu amor pediste


Deixa que te leve
assim tão leve
Leve e que te beije meu anjo triste
Deixo-te o meu canto canção tão breve
Brando como tu amor pediste

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Massive Attack - Angel

Massive Attack, ontem, no Coliseu do Porto, não estava à espera de ir assistir, foi "coisa" de última hora, um som de qualidade, luzes perfeitas, simplesmente brilhante e arrebatador.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Jorge Palma - Os Demitidos

Poucas palavras bastam para o Tio Palma... ÉS O MAIOR

terça-feira, 11 de setembro de 2007

NBC vs GNR

Ja está presente no vão desta escada a música que se segue.
Estava apenas em audio, sem imagens. E como nao existe video clip da mesma, fica aqui a actuação ao vivo no Rock in Rio da dupla NBC & GNR na música Bem Vindo ao Passado que faz parte do CD de tributo aos GNR.
Há algo nesta música, nesta letra, nesta maneira de dizer as palavras...
Sintam...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Jorge de Sena

De mim não falo mais :não quero nada.
De Deus não falo:não tem outro abrigo.
Não falarei também do mundo antigo,
pois nasce e morre em cada madrugada.

Nem de existir,que é a vida atraiçoada,
para sentir o tempo andar comigo;
nem de viver,que é liberdade errada,
e foge todo o Amor quando o persigo.

Por mais justiça ...-Ai quantos que eram novos
em vâo a esperaram porque nunca a viram!
E a eternidade...Ó transfusâo dos povos!

Não há verdade:O mundo não a esconde.
Tudo se vê: só se não sabe aonde.
Mortais ou imortais,todos mentiram.

Jorge de Sena

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Vanessa da Mata & Ben Harper - Boa Sorte/Good Luck

Na continuação do post anterior, mais uma música que me acompanhou e acompanha neste verão.
Esta é daqueles músicas que mesmo com o calor que se faz sentir, o frio da escada volta a arrepiar a espinha.
A simplicidade das palavras na voz doce de Vanessa da Mata e a soul de Ben Harper.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Micro Audio Waves - Down by Flow

Foi e ainda é uma das minhas bandas sonoras deste verão. Uma voz cativante, um ritmo que nos leva a mexer e a nao querer estar parado... São Portugueses, são os Micro Audio Waves

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Partilha

São momentos,
São conversas,
Um ou outro toque.
Um sorrir,
Um gargalhar.
Uma divagação nocturna.
Sonhos e desilusões partilhadas.
Um entender,
Um compreender.
Um gostar de te ter ao meu lado,
E contigo viajar.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Heroes del Silencio - Entre dos Tierras

De rumo ao passado, na emoção de um futuro... De volta à Galiza

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Distante

Sons distantes
Mas presentes na alma.
Horas e horas
A ouvir-te,
A escutar-te,
Distante…
São pensamentos
Uma constante
As subidas ao cume,
As quedas delirantes.
Palavras contidas
A mente inconstante.
Lá no fundo, o passado
De um futuro flutuante.
Horas e horas
A lamentar-te,
A imaginar-te,
Distante…

terça-feira, 7 de agosto de 2007

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Férias

Vaguear,
Iludir,
Transcender,
Relaxar,
Exaltar,
Pensar,
Criar,
Sonhar,
Incertezas,
Dúvidas,
Rever,
Sorrir,
Rir,
Tristeza,
Melancolia,
Amigos,
Boémia,
Duas ou três doses de lágrimas.
Loucura q. b.
Uma colher de chá de sol.
Misturar tudo numa panela com quimeras flutuantes.
Ir ao forno 5 a 7 minutos no máximo.

E estão prontas a servir as minhas férias.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Cine Paraíso

É o meu filme preferido, é o filme que me faz ter frio na escada mesmo quando as temperaturas são elevadas.
A simplicidade, a história, os amores e desamores, os encontros e desencontros, a alegria e a tristeza, o caminho, a dor, a paixão, o sonho, a lágrima. A minha lágrima.
Os sonhos de criança que todos temos dentro de nós.

terça-feira, 31 de julho de 2007

Versos Íntimos

"Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo, Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja esta mão vil que te afaga,
Escarra nesta boca que te beija!


Augusto dos Anjos (Poeta Brasileiro)

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Thom Yorke - Harrowdown Hill

O frio não se tem sentido na escada, mas esta música dá "aquele" arrepio, ontem adormeci assim:

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Meditar

"Cada um que passa em nossa vida, passa só, pois cada pessoa é única, e nenhuma substitui a outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa só.
Leva um pouco de nós, deixa um pouco de si. Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada.
Esta é a maior responsabilidade da nossa vida e a prova de que duas almas não se encontram por acaso..."

Antoine de Saint-Exupéry

quarta-feira, 25 de julho de 2007

OK GO

Os OK GO fizeram da sua música "Here It Goes Again" um dos video clips mais interessantes dos últimos tempos.
Simples, sem ser necessário grandes produções e meios o que torna o video quase genial.
Melhor que palavras, são as imagens...

terça-feira, 24 de julho de 2007

Poema do Homem Só

Sós,
irremediavelmente sós,
como um astro perdido que arrefece.
Todos passam por nós
e ninguém nos conhece.

Os que passam e os que ficam.
Todos se desconhecem.
Os astros nada explicam:
Arrefecem

Nesta envolvente solidão compacta,
quer se grite ou não se grite,
nenhum dar-se de outro se refracta,
nenhum ser nós se transmite.

Quem sente o meu sentimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem sofre o meu sofrimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem estremece este meu estremecimento
sou eu só, e mais ninguém.

Dão-se os lábios, dão-se os braços
dão-se os olhos, dão-se os dedos,
bocetas de mil segredos
dão-se em pasmados compassos;
dão-se as noites, e dão-se os dias,
dão-se aflitivas esmolas,
abrem-se e dão-se as corolas
breves das carnes macias;
dão-se os nervos, dá-se a vida,
dá-se o sangue gota a gota,
como uma braçada rota
dá-se tudo e nada fica.

Mas este íntimo secreto
que no silêncio concreto,
este oferecer-se de dentro
num esgotamento completo,
este ser-se sem disfarce,
virgem de mal e de bem,
este dar-se, este entregar-se,
descobrir-se, e desflorar-se,
é nosso de mais ninguém.


António Gedeão

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Nostalgia

Se há algo que me marcou na infância e hoje em dia ainda me faz comover é as Aventuras de Tom Sawyer, este domingo mais uma vez recordei, em DVD.
No frio da escada recordo o que fui e o que quis ser e canto como se tivesse 6/7 anos e o brilho nos olhos é como se estivesse a ver este genérico pela primeira vez...

sexta-feira, 20 de julho de 2007

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Atraso

São horas de acordar.
Não consigo.
O silêncio da voz macia,
Agora é grito apertado
No ouvido imaginário.
Os olhos não abrem…
Parecem colados.
As lágrimas dos sonhos perdidos
Transformaram-se em cola.
Já é tarde…
Estou atrasado.
Estou atrasado para o mundo do nada.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

terça-feira, 17 de julho de 2007

Canção Breve

Tudo me prende à terra onde me dei:
o rio subitamente adolescente,
a luz tropeçando nas esquinas,
as areias onde ardi impaciente.

Tudo me prende do mesmo triste amor
que há em saber que a vida pouco dura,
e nela ponho a esperança e o calor
de uns dedos com resto de ternura.

Dizem que há outros céus e outras luas
e outros olhos densos de alegria,
mas eu sou destas casas, destas ruas
deste amor a escorrer melancolia.

Eugénio de Andrade

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Fim



Vi o teu rosto imóvel,
Cada vez mais próximo.
Já sem luz, quieto.
Vinha contigo a face que desconhecia,
Estranha, quase objecto.
Duvidei das palavras,
Dos seus contornos.
Os teus lábios já não quentes,
Nem sequer mornos.
Senti o fim…
Foi bom assim.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Bem Vindo ao Passado



Há músicas que mostram o quanto foram escritas com sentimento, aquele sentimento que vem do passado, mas que deixa marcas no presente e no futuro, NBC recria GNR, no album Revistados a música Bem Vindo ao Passado, com uma letra poderosa que não sai da cabeça.

Pouco ou nada há a dizer desta música, é ouvi-la e sentir.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Melvin & Jacqueline

Melvin estava sentado a beber a sua Macieira e fumando charuto cubano ao som de um cantor francês dos anos 60.
Melvin, chorava ao ouvir velhos clássicos franceses enquanto sua companheira, Jacqueline, na poltrona dourada e roída pelos ratos da Mansão dos Vitorinos, comia tremoços com casca e lia romances de bordel.
Melvin, já recomposto das lágrimas derramadas, bebia o último trago que restava no copo, saboreando a Macieira já salgada pelas gotas que caíram dos seus olhos.
Jacqueline, pousara o livro no último capítulo, onde se desvendava quem tinha morto a prostituta coxa, levanta-se da poltrona dourada e beija Melvin como se não houvesse amanhã…
E não houve. Pelo menos para eles e para os 300 passageiros que estavam a bordo do avião que caiu em cima da Mansão dos Vitorinos.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Sonho

De suspirar em vão já fatigado,
Dando trégua a meus males, eu dormia;
Eis que junto de mim sonhei que via
Da Morte o gesto lívido e mirrado.

Curva fouce no punho descamado
Sustentava a cruel, e me dizia:
- «Eu venho terminar tua agonia;
Morre, não penes mais, oh desgraçado!»

Quis ferir-me, e de Amor foi atalhada,
Que armado de cruentos passadores
Aparece e lhe diz com voz irada:

- «Emprega noutro objecto os teus rigores,
Que esta vida infeliz está guardada
Para vitima só de meus furores.»

Bocage

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Jorge Palma - O Maior !

Jorge Palma está de regresso aos discos com "Voo Nocturno", e volta em grande, pois Jorge Palma é sem dúvida um dos mais talentosos compositores portugueses.
Neste seu 11º álbum de originais, o single "Encosta-te a Mim" tem direito a um dos mais brilhantes video-clips que acaba por ser comovente ao ver o carinho que todos têm por Palma, pois todos temos um pouco dele e da sua música dentro de nós.
Com uma letra brilhante, este vídeo podia chamar-se a Festa da Música Portuguesa...

E como é bom ter alguém que se encoste a nós, quando o frio da escada se sente ao de leve para aconchegar



Encosta-te a mim

Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.

Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver
em nome da terra, no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem, não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.

Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.

Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.

Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.

Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Muse

É a minha mais recente paixão musical, as letras, as melodias, os ritmos do bom velho rock, com cheirinho a "moderno". Impossível é ficar quieto ou indiferente a musica dos Muse, ela mexe connosco e nós mexemo-nos com ela.

Para entrar no fim-de-semana que se avizinha Time is Running Out dos MUSE

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Amanhã



Amanhã não é um bom dia, não perguntes porquê.
Não é um bom dia, pronto!
A tua insistência em perguntar, leva-me ter de te dizer que mesmo não prevendo o futuro e apenas porque não sei como vai ser o meu dia de amanhã, digo-te que amanhã não vai ser um bom dia.
Encolhes os ombros e nada dizes, sentas-te e esfregas a tua orelha esquerda, como sempre.
Já no dia que não ia ser um bom dia, tu telefonas-me e dizes:
- “Como está a ser o teu dia?”
Aí, eu enervo-me e digo:
-“Este telefonema era desnecessário, já te tinha dito que ia ser um dia mau.”

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Estação

Esperar ou vir esperar querer ou vir querer-te
vou perdendo a noção desta subtileza.
Aqui chegado até eu venho ver se me apareço
e o fato com que virei preocupa-me, pois chove miudinho

Muita vez vim esperar-te e não houve chegada
De outras, esperei-me eu e não apareci
embora bem procurado entre os mais que passavam.
Se algum de nós vier hoje é já bastante
como comboio e como subtileza
Que dê o nome e espere. Talvez apareça


Mário Cesariny

terça-feira, 3 de julho de 2007

You`ll Follow Me Down

Se há bandas que não deviam ter acabado os Skunk Anansie são uma delas, do rock mais pesado às músicas mais calmas, pautavam pela diferença e pela irreverência principalmente de Skin, dona de uma voz única e inconfundível.
Para recordar aqui fica You`ll Follow Me Down.


segunda-feira, 2 de julho de 2007

Deambulação

É o deambular do corpo,
É a pele macia,
É o arrepio carnal,
É a mão que vagueia,
São os corpos cruzados,
Suados,
Molhados.
São as línguas entrelaçadas,
São os lábios tocados,
São as pernas trémulas,
São os corpos cruzados,
Colados,
Unidos.
É o brilho nos olhos,
É o sorriso estampado,
É o arfar de alegria,
São os corpos cruzados,
Cansados,
De uma noite que quis ser dia.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

GNR

Porque as homenagens devem ser feitas em devido tempo, aqui fica a nossa a uma das bandas com mais carisma e que mais marcaram na década de 80 e inícios de 90 em Portugal. Os GNR.
Sem tirar qualquer mérito a Tolí e ao Romão, Reininho sempre se destacou pela irreverência, atitude, escrita e pela sua loucura e todos nós devíamos ter uma dose de loucura "À LA REININHO" !!!
Para recordar MORTE AO SOL

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Poeira à solta no Passos Manuel com Jorge Cruz

É dia 27 de Junho de 2007, é no Passos Manuel, um dos locais mais culturais da actualidade na Cidade Invicta.
O concerto é de Jorge Cruz, de volta à cidade que bem conhece para apresentar o novo álbum "Poeira".
Apesar do atraso no início do concerto, valeu bem a espera, Jorge Cruz leva-nos em viagens e por caminhos que todos corremos ou estamos a correr através das suas letras e músicas.
Marta Ren e alguns dos elementos dos Sloppy Joe, Alexandre Mano (dos extintos Superego) e muitos outros convidados ajudam na viagem, Helena encanta com a voz e brilha a solo, em espanhol.
Sede, o álbum anterior, não foi esquecido, Fado de uma rua qualquer, Adriana e a intimista Roupas Parte 2 a abrir o encor onde Jorge Cruz sozinho em palco mostra toda a magia que há na sua forma de dizer e saborear as palavras.
De "Poeira" a destacar, o tema Nada, do qual temos o video oficial do mesmo e Canção Desta Cidade também com video exclusivo do Faz Frio na Escada (a imagem e o som nao é o melhor, mas dá para saborear o que foi a noite de ontem no Passos Manuel)
Para quem diz nao haver boa música escrita em português, Jorge Cruz está aí...

Nada



Canção desta Cidade, ao vivo no Passos Manuel com Marta Ren dos Sloppy Joe

terça-feira, 26 de junho de 2007

Estrela da Tarde

Quando sentados na escada e o frio deste verão se faz sentir, há músicas (porque a vida é feita de músicas) que nos fazem sentir ainda mais o frio que por vezes nos aconchega.
A letra é de José Carlos Ary dos Santos, um dos mais brilhantes poetas e escritor de canções deste nosso país e com a voz do nao menos brilhante Carlos do Carmo.

Fica aqui a letra, para acompanhar a musica e sentir as palavras.

Estrela da Tarde
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!



segunda-feira, 25 de junho de 2007

Um menino chamado Palhaço

São revoltas estáticas,
Paradas.
São pensamentos constantes,
Delirantes.
São gritos contidos,
Amordaçados.
É o brilho fosco de um olhar
Que reluziu e iluminou o mundo,
O meu mundo.
São os sonhos quebrados,
Afogados,
No silêncio de uma noite
Que me acolhe a cada sorriso triste que dou…
E como sabe bem este meu sorriso triste.


quarta-feira, 20 de junho de 2007

My Brother

Porque muitas vezes o frio que sinto na escada é acompanhado pelo My Brother... esta é para ti.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Recordar Guns n' Roses

Na minha humilde opinião, as bandas e as músicas que ouvimos na adolescência serão sempre aquelas com que nos identificamos e com as quais crescemos.
Para mim, os Guns n' Roses (não a formação actual, mas sim a da altura do vídeo aqui em destaque) marcaram-me.
Para manter viva a chama do adolescente que existem dentro de todos nós, aqui fica November Rain. GUNS RULLES !!! YEAHHHHHHH !!!!!


segunda-feira, 18 de junho de 2007

J.P. Simões

1970, é o álbum de estreia a solo de J.P. Simões.
Depois dos projectos "Belle Chase Hotel" e "Quinteto Tati", J.P. Simões aventura-se a solo num cd recheado de boas melodias e letras como já nos tinha habituado nos projectos anteriores.
Aqui fica "Se por acaso (me vires por aí)", do álbum em questão, para ouvir de olhos fechados !

sexta-feira, 15 de junho de 2007

O Tiro da Partida

Há músicas que falam por nós !!

(É favor ouvir com o volume no máximo...)

quinta-feira, 14 de junho de 2007

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Chaga

É bom, por vezes ler as letras sem a musica e sentir que as palavras poderiam ter saído da nossa boca.

Foi como entrar
Foi como arder
Para ti nem foi viver
Foi mudar o mundo
Sem pensar em mim
Mas o tempo até passou
E és o que ele me ensinou
Uma chaga pra lembrar que há um fim

Diz sem querer poupar meu corpo
"Eu já não sei quem te abraçou"
Diz que eu não senti teu corpo sobre o meu
Quando eu cair
Eu espero ao menos que olhes para trás
Diz que não te afastas de algo que é também teu
Não vai haver um novo amor
Tão capaz e tão maior
Pra mim será melhor assim
Vê como eu quero
E vou tentar
Sem matar o nosso amor
Não achar que o mundo é feito para nós

Foi como entrar
Foi como arder
Para ti nem foi viver
Foi mudar o mundo
Sem pensar em mim
Mas o tempo até passou
E és o que ele me ensinou
Uma chaga pra lembrar que há um fim

Ornatos Violeta - Chaga in "O montro precisa de amigos"

Aqui fica a música para depois de ler...ouvir

segunda-feira, 11 de junho de 2007

SERÁ ?

Umas das mais brilhantes letras alguma vez escritas na língua portuguesa, pouco ou nada há a escrever sobre ela. Saboreiem as palavras...

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Vento frio

Já não sei se é exílio
Demência, feitio ou confusão.
Estradas corridas a fio
Mentais, reais, abstracção.
Rajada de vento frio
Da loucura ou absolvição?
Eu no meio dos sentidos,
Eu no meio da revolução!
Foi extensa a espera
Foi descrença, foi apaziguação.
Um devaneio perdido.
És a luz da escuridão!

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Hasta la victoria siempre


Existem pessoas que mesmo sem as conhecer-mos pessoalmente nos marcam.
El Comandante é um deles, os ideais, a bravura, o sonho, a determinação, o não vergar perante os supostamente mais fortes, o lutar por povos que não eram o dele, mas sim por uma única razão, A LIBERDADE.

O morrer em nome do que se acredita, não esta ao alcance de todos…

É do cimo da escada que grito:

HASTA LA VICTORIA SIEMPRE... COMANDANTE !

Dizem que a paixão o conheceu

dizem que a paixão o conheceu
mas hoje vive escondido nuns óculos escuros
senta-se no estremecer da noite enumera
o que lhe sobejou do adolescente rosto
turvo pela ligeira náusea da velhice

conhece a solidão de quem permanece acordado
quase sempre estendido ao lado do sono
pressente o suave esvoaçar da idade
ergue-se para o espelho
que lhe devolve um sorriso tamanho do medo

dizem que vive na transparência do sonho
à beira-mar envelheceu vagarosamente
sem que nenhuma ternura nenhuma alegria
nunhum ofício cantante
o tenha convencido a permanecer entre os vivos

Al berto

terça-feira, 5 de junho de 2007

Like a Stone

Chris Cornell acaba de lançar o seu segundo álbum a solo, denominado Carry On, para trás ficaram os míticos Soundgarden e os Audioslave, duas das banda onde Chris Cornell deu a sua voz. E que voz…
Um dos melhores cantores Rock de sempre, e um grande escritor de canções.
Para recordar aqui fica do primeiro álbum dos Audioslave, “Like a Stone” com uma letra brilhante.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

José Luís Peixoto

fingir que está tudo bem: o corpo rasgado e vestido
com roupa passada a ferro, rastos de chamas dentro
do corpo, gritos desesperados sob as conversas: fingir
que está tudo bem: olhas-me e só tu sabes: na rua onde
os nossos olhares se encontram é noite: as pessoas
não imaginam: são tão ridículas as pessoas, tão
desprezíveis: as pessoas falam e não imaginam: nós
olhamo-nos: fingir que está tudo bem: o sangue a ferver
sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades de
medo nos lábios a sorrir: será que vou morrer?, pergunto
dentro de mim: será que vou morrer?, olhas-me e só tu sabes:
ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer:
amor e morte: fingir que está tudo bem: ter de sorrir: um
oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga.


José Luis Peixoto in Criança em Ruínas

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Go Graal Blues Band

No final da década de 70 e início dos anos 80, a Go Graal Blues Band era uma das melhores bandas ao vivo, e com um som tipicamente blues, cantado em inglês, quando em Portugal, o rock cantado na língua lusitana estava na moda.
Marcaram a diferença, foram e ainda são uma banda de culto e da qual nunca houve uma reedição dos seus trabalhos em CD, aqui fica um vídeo que mostra toda atitude da banda em palco.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Álcool

Que droga foi a que me inoculei?
Ópio de inferno em vez de paraiso? ...
Que sortilégio a mim próprio lancei?
Como é que em dor genial eu me eternizo?

Nem ópio nem morfina. O que me ardeu,
Foi álcool mais raro e penetrante:
E só de mim que ando delirante-
Manhã tão forte que me anoiteceu.


Mário de Sá-Carneiro

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Nas Ruas

Podem dizer mil e uma coisa sobre eles, podem dizer que é a última digressão, quem já viu ao vivo não esquece, seja por que motivo for, impossível é ficar indiferente.
Esta música, esta letra... todos temos uma ou mais marcas dos Rolling Stones na nossa vida.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Kyrie

Em nome dos que choram,
Dos que sofrem,
Dos que acendem na noite o facho da revolta
E que de noite morrem,
Com esperança nos olhos e arames em volta.
Em nome dos que sonham com palavras
De amor e paz que nunca foram ditas,
Em nome dos que rezam em silêncio
E falam em silêncio
E estendem em silêncio as duas mãos aflitas.
Em nome dos que pedem em segredo
A esmola que os humilha e os destrói
E devoram as lágrimas e o medo
Quando a fome lhes dói.
Em nome dos que dormem ao relento
Numa cama de chuva com lençóis de vento
O sono da miséria, terrível e profundo.
Em nome dos teus filhos que esqueceste,
Filho de Deus que nunca mais nasceste,
Volta outra vez ao mundo!

José Carlos Ary dos Santos, Kyrie

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Walking In My Shoes...

Mais uma que toca várias vezes no leitor da escada, grande banda, grande som, grande letra...

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Paralelo Infinito

Jorge Cruz com o novo album "Poeira" continua em máxima rotação no leitor de cd's da escada.
Hoje aqui fica uma das letras de uma das músicas que mais vezes toca a acompanhar a brisa que faz na escada.

Primeiro chegas no teu jeito destinado a ganhar
Entras num comboio, desces, queres ficar
Sentas-te na cama, eu canto uma canção
Sobre as coisas serem o que são

Fumamos à varanda com a lua a subir
Tu danças no escuro fazes-me sorrir
E largas roupas pelo meu chão
Tens o mundo todo na mão

E sempre que te vejo, é,
Eu deixo de respirar
Paro no desejo de que o teu beijo
Me encontre e não quero acordar

Depois tu vens cantar comigo,
Vens sonhar no meu colchão
Beber do meu vinho,
Comer do meu pão,
Fazer-me girar no teu carrossel
Viciar-me no aroma da tua pele

Partimos em viagem,
Paramos para dormir
Sussurras-me umas coisas
Que não posso repetir

E sais para a rua por estar a chover
Pões-te em pose, eu fico a ver

E sempre que te vejo, é,
Eu deixo de respirar
Paro no desejo de que o teu beijo
Me encontre e não quero acordar

Até que um dia tu deténs-te
Por momentos num sinal
Dás mais umas piruetas
Mas já nada é igual

Perguntas-te o pode estar acontecer
E não parece difícil se saber

Agora tu estas longe,
Encontras-te onde ficar,
E eu não, eu não
Não posso queixar

Acordo com o sol,
Refresco com o ar
Vivo do que a vida
Tem para me dar

Mas sempre que te vejo, é,
Eu deixo de respirar
Paro no desejo de que o teu beijo
Me encontre e não quero acordar

quinta-feira, 24 de maio de 2007

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Anjo

Gravado em Fafe, Agosto de 2006, por Faz Frio na Escada, este, foi um momento único.

Há músicas que podem ser completamente banais para alguns, esta nunca será uma dessas músicas para mim.

Por tudo e por nada, ao som desta música, a lágrima aparece e o frio que se sente na escada acaba por ser acolhedor.


terça-feira, 22 de maio de 2007

Metamorfose

Vi meus dedos negros.
A escuridão…
Pensamento alucinado,
Revolta,
Fascinação…
A deambulação do infinito
A procura suja,
Metamorfose,
Desorientação…
O cheiro do cânhamo
Loucura,
Satisfação!

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Poeira na Escada

Ao segundo álbum (Poeira) Jorge Cruz, mostra definitivamente o porquê de ser já considerado um dos melhores “cantautores” portugueses da nova geração.
Mais denso e menos acústico que o anterior “Sede”, “Poeira”, uma mistura de estilos de sons, que só Jorge Cruz sabe dar a beleza que a sua escrita merece.
Do rock, ao reggae, do folk ao fado e até um “cheirinho" de jazz e a música tradicional portuguesa. Poeira, um disco para ouvir, numa noite com o fumo do cigarro no ar e uma garrafa de Macieira, sentados naquela Escada que todos temos.


sexta-feira, 18 de maio de 2007

Quem leva os meus?

Vitupérios pensantes



Ficou na boca o travo amargo,
A pura ilusão dos sentidos.
O não saber se te trago comigo,
E várias perguntas na mente…
O que resta do sonho?
O que brota do olhar?
Caminho pisado e escuro,
No qual não quero entrar.
Mistérios, falsos e baralhados.
É assim a mente cansada,
Por vezes desamparada.
Oh… vil e macabra sensação.
Vitupérios pensantes,
Dos quais alguns constantes,
Antes a morte que a rendição.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Riscos



A vida, a minha vida,
É feita de riscos
Riscos calculados,
Riscos não calculados
Riscos que me fazem
Ricos que fiz
Gosto de riscos…
Riscos que me magoaram
Riscos que me alegraram
Riscos…,
Corri riscos
Corro riscos
Riscos que me marcaram
Riscos que marquei.
Folhas onde fiz riscos
Folhas que contam riscos.
Sou um risco
Um risco gosto de ser.
Arrisco no risco
De uma caneta para riscar
Os riscos que quero fazer/correr

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Nunca será uma rua qualquer

Enquanto espero ansiosamente pelo novo álbum do grande Jorge Cruz (Poeira), relembro o trabalho anterior.
Há músicas que não nos cansamos de ouvir, há músicas que marcam uma vida.

“Longe fica a rua onde eu te vi.”

Mas fica apenas longe de ti, porque eu passo por ela todos os dias…

O Leme

Mesmo com o frio a fazer-se sentir na escada.
E a chuva a molhar todos os degraus,
A noite foi intensa.
Uma luz no escuro, a fúria da multidão.
A amizade baptizada, nas águas do infinito caídas.
Miragens, sonhos, olhares.
Os copos já bebidos no chão…
Corro já na estrada,
Como um louco…perdido.
A viagem,
O caminho,
Guiados pelo punho que não treme.
Pelo punho do homem do leme.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Ilumina-me

Por vezes uma música pode levar-nos a muitos lados, podemos até rever passados e imaginar futuros, é bom quando letra de uma música nos toca, nos faz pensar.
Ilumina-me, do novo album de Pedro Abrunhosa "Luz" a ser editado no fim deste mês de Maio, é uma dessas músicas.
Quase em primeira mão aqui fica a letra, para ler e sentir mais uma vez a brisa que corre nesta escada.

ILUMINA-ME

Gosto de ti como quem gosta do sábado,
Gosto de ti como quem abraça o fogo,
Gosto de ti como quem vence o espaço,
Como quem abre o regaço,
Como quem salta o vazio,
Um barco aporta no rio,
Um homem morre no esforço,
Sete colinas no dorso
E uma cidade p’ra mim.


Gosto de ti como quem mata o degredo,
Gosto de ti como quem finta o futuro,
Gosto de ti como quem diz não ter medo,
Como quem mente em segredo,
Como quem baila na estrada,
Vestido feito de nada,
As mãos fartas do corpo,
Um beijo louco no porto
E uma cidade p’ra ti.


Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.
Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.


Gosto de ti como uma estrela no dia,
Gosto de ti quando uma nuvem começa,
Gosto de ti quando o teu corpo pedia,
Quando nas mãos me ardia,
Como silêncio na guerra,
Beijos de luz e de terra,
E num passado imperfeito,
Um fogo farto no peito
E um mundo longe de nós.


Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.
Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.

Noites


Noites são tantas !

Noites são tuas !

Alucinação !

Um beijo triste…

Depois da viagem.

Transforma a paisagem.

Em noites brilhantes…

Artísticas !

terça-feira, 8 de maio de 2007

Viagem

Jeff Bucklay, merece uma escuta, pelo menos uma, se bem que será difícil ficar por uma simples audição.
Grace, o álbum.
Hallelujah … a música.
Com o frio que se faz sentir na escada, sabe bem viajar, muito lentamente… sentado no último degrau com a brisa a correr… o arrepio na espinha… Hallelujah leva-nos onde queremos chegar…


segunda-feira, 7 de maio de 2007

Faz Frio na Escada


Faz Frio na Escada e estamos quase no verão, o que vale é que no inverno este blog ja fará todo o sentido (ou talvez não), gostos, partilhas e opinões são aqui divulgadas, apenas mais um blog afogado nos inúmeros que ja existem, mas este é diferente, é meu !!! Poderei cagar aqui todas as postas de pescada, sem nexo, nem sentido, porque a lógica é coisa que há muito está esgotada...