Quando sentados na escada e o frio deste verão se faz sentir, há músicas (porque a vida é feita de músicas) que nos fazem sentir ainda mais o frio que por vezes nos aconchega.
A letra é de José Carlos Ary dos Santos, um dos mais brilhantes poetas e escritor de canções deste nosso país e com a voz do nao menos brilhante Carlos do Carmo.
Fica aqui a letra, para acompanhar a musica e sentir as palavras.
Estrela da Tarde
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram
Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!
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5 comentários:
sem palavras.... estamos perante um homem com muitos sentimentos
O amigo autêntico é o que sabe tudo sobre ti e continua a ser teu amigo.
Era bom assinar os comentários
prefiro manter o anonimato, axo que torna as coisas mais calientes
Olá,
Ouvi uma vez esta musica cantada quase falado num espectáculo ao vivo na Aula magan do Fernando Tordo que foi brindado pela entrada em palco do carlso do carlos que lhe perguntou " Fernando lembraste daquela canção com tanta palvras tantas palavras?" foi um momento unico e inesquecivel. Hoje ao visitar o teu blog fizeste lembrar esse momento tão especial foi bom :)
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