Às vezes também tenho o direito de ser lamechas... e é tão bom... esta letra, o melhor que ele tem, diz tanto e tanto...o disco é novo, as dores são velhas... é desfrutar da escrita e fazer o favor de ouvir a música...
A porta fechou-se contigo,
Levaste na noite o meu chão,
E agora neste quarto vazio
Não sei que outras sombras virão.
E alguém ao longe me diz:
Há um perfume que ficou na escada,
E na TV o teu canal está aberto,
Desenhos de corpos na cama fechada,
São um mapa de um passado deserto.
Eu sei que houve um tempo
Em que tu e eu
Fomos dois pássaros loucos,
Voámos pelas ruas
Que fizemos céu,
Somos a pele um do outro.
Não desistas de mim,
Não te percas agora,
Não desistas de mim
A noite ainda demora.
Ainda sei de cor o teu ventre
E o vestido rasgado de encanto,
A luz da manhã,
O teu corpo por dentro,
E a pele na pele de quem se quer tanto.
Não tenho mais segredos,
Escondi-me nos teus dedos,
Somos metades iguais.
Mas hoje,
Só hoje,
Leva-me para onde vais
Que eu quero é dizer-te:
Não desistas de mim,
Não te percas agora,
Não desistas de mim
A noite ainda demora.
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2 comentários:
Eu sei que houve um tempo
Em que tu e eu
Fomos dois pássaros loucos,
Voámos pelas ruas
Que fizemos céu,
Somos a pele um do outro.
São pormenores que nos tocam…
Ao mesmo tempo faz-nos pensar que quando se desiste de algo é porque já não se acredita que é possível voar com a mesma inocência e aventura, talvez porque um dos pássaros toma outro rumo que não é o que o outro se sente mais seguro.
Mais uma vez Pedro Abrunhosa com grandes letras que nos põe a pensar…
O Pedro Abrunhosa é um grande escritor e grande compositor, em muitos anos escreveu coisas muito boas e cheias de sentimento! Gosto muito muito, nao de tudo mas da maior parte. bjinhos
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